A cada dia que os grãos de areia caem da ampola e se desfazem na imensidão do mar, são como gotas de sangue caindo e sendo dissolvidas,ao mesmo tempo que doí começo a me sentir leve. Ao mesmo tempo que não queria que nada fosse assim, por um lado começo a me sentir bem por estar aprendendo.
Ao mesmo tempo que aprendo, criam-se feridas e curam-se outras, estranho me questionar de tal maneira, não ando mais me reconhecendo, eu me perdi em algum lugar até chegar aqui, cada dia tudo fica de uma maneira mais fria e sarcástica, isso não me agrada, me sinto caindo em queda livre, sem ter onde segurar, um ponto para olhar, algo para me confortar, me perdi no ar, vago ali, sem ver, sentir, ali muitas vezes aparecem imaginações, algumas vezes neva, algumas vezes tudo fica branco, nada ali faz sentido.
Joguei as armaduras, joguei as armas, joguei os escudos, me despi dos medos e inseguranças, vejo sentimentos serem tirados, vejo histórias se tornarem mera lembranças, elas já não estão mais causando o mesmo enfeito em minha mente, ao mesmo tempo que vejo tudo sendo tirado e jogado ao chão para que eu possa caminhar e adquirir tudo novo, eu criei um afeto por tudo aquilo que esteve comigo, eu olho e penso deixar ou não. Hoje vejo como é difícil deixar algo que por muito tempo foi a coisa mais importante pra você, que já imaginou deixar antes mas permaneceu ali.
Hoje você fica vendo apenas sendo tirado de você, sabe que alguma coisa pode fazer tudo voltar para você em menos de segundos, mas cada vez só vê tudo sendo tirado, vê que cada vez chega a hora de deixar tudo ali e caminhar, vê que seus pés já estão quase se juntando com as raízes das árvores que vivem ali, elas começaram a querer te prender por ficar parado tanto tempo ali mesmo acreditando não estar, doí tentar se soltar, as árvores são fortes, as armas foram largadas, as mãos sangram por tentar quebrar as raízes, o sangue pinga, a terra absorve, você não entende, você não sente, ou acredita não sentir, você pensa e não vê nada, tudo está embaçado demais para poder descrever, e você continua ali, tentando tirar as raízes, com as mãos sangrando e se despindo de tudo que há em você.
Quem é? eu não sei, quando eu descobrir eu conto.
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