sábado, 16 de outubro de 2010

.(in)certeza.

me perdi. O vazio parece estar tomando conta de mim, nada é mais como era, meu coração não bate mais como antes, meu estômago não berra como antes, meu corpo parou de se teletransportar.

Penso como tudo poderia ser diferente, como eu poderia não ter mudado de tal forma, mas atos,feridas, mágoas,acabaram trazendo isso.

Vejo a batalha, me desfiz de armaduras, escudos e minha espada,a batalha foi perdendo o encanto, o motivo. Olhei e perguntei: o que faço com essa armadura, me desfiz a um tempo atrás, já me vi com dois escudos na mão, assim como já me vi com duas espadas, sempre me questionando, aderi o meio termo depois, algo bem difícil para mim, sim estava eu com um escudo e uma espada em mãos, mas tinha desistido de usar-los, estava ali esperando que algo me atingisse para pensar se deveria usar-los, sinto como se eu tivesse jogado tudo no chão, aquela batalha não era mais minha, não via mais o porque de permanecer ali, será essa a hora da desistência? a hora de caminhar para uma nova batalha, não sei o que faz com dois escudos nas mãos, escudos não irão me atingir, posso caminhar sem medo, posso caminhar sem ter que olhar para trás, minha armadura já se tornou pó com tantas perfurações, meu corpo já até pode se curar.

Saio do campo de batalha, levo cicatrizes de mais uma luta, levo aprendizado, levo erros e acertos, levo a busca por evolução, levo a necessidade de mudança de valores, levo o ensinamento que preciso aprender sobre mim mesma.

A batalha? não serei hipócrita e dizer que venci, não, eu não venci, mas também não a perdi, ao mesmo tempo em que venci eu perdi, ao mesmo tempo que chorei eu sorri, ao mesmo tempo em que tive a coragem de deixar armaduras, escudos e espadas, eu tive medo quis armadura e dois escudos, ao mesmo tempo que fui vítima eu fui vilã, ao mesmo tempo que não sabia quem eu era, eu era apenas eu, no meu mundo de indecisão, dúvidas e impulsos, ao mesmo tempo que eu sou o tudo eu sou o nada, ao mesmo tempo que menti eu dizia a verdade, ao mesmo tempo que corria mais longe eu corria pra perto, ao mesmo tempo que não me conheço eu não te conheço, ao mesmo tempo que agora eu tenho o tudo eu não tenho nada, ao mesmo tempo que entrei de mãos vazias eu saio com elas vazias, ganhei cicatrizes que não tinha ao mesmo tempo que perdi sonhos que eu antes tinha.

Se me perguntares quem eu sou, o que sinto, o que sonho, o que quero, o que penso. É eu também não sei, qualquer dia eu vou descobrir, no momento tudo está em branco, a folha foi virada.

Não sei porque meus olhos se enchem de lágrimas, talvez seja a dor de enxergar a verdade, a dor da incerteza que volta.

Agora? hora de caminhar sem rumo, hora de arrumar meu mundo que está de cabeça para baixo. Em breve eu volto para dizer o que hoje eu não sei sobre mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário